Há alguns dias, Internet e telefone pararam de funcionar aqui em casa. Normal: nossa fornecedora de Internet – vou chamá-la de “Fuleirox” – e de telefonia – a “Tchau” – são, sabidamente, duas calamidades.
A Internet “banda larga” oferecida pela Tchau/Fuleirox em Paraty é pré-histórica. O telefone para de funcionar assim que sopra um vento mais forte. Não é preciso nem chover.
Ficamos o dia todo sem Internet e telefone. No fim da tarde, descobrimos o motivo: um gênio foi descarregar areia numa construção e achou que não haveria problema em dirigir pelas ruas do bairro com a caçamba do caminhão levantada. Resultado: vários fios cortados.
Até que o funcionário da Tchau não demorou muito a aparecer. Em cinco ou seis horas o telefone voltou a funcionar. Ficamos até surpresos com a rapidez no atendimento.
Naquela mesma noite, recebemos uma ligação. Um sujeito procurava uma tal de Bianca. Eu respondi que não conhecia nenhuma Bianca.
Meia hora depois, outra ligação. Novamente, alguém procurava pela Bianca.
Mais tarde, um amigo ligou em nosso celular. Disse que estava tentando conexão em nosso telefone fixo há horas, mas que ninguém atendia. Fui checar, e nosso aparelho parecia funcionar. Estranho.
Na manhã seguinte, minha sogra ligou no celular. Disse que havia tentado o fixo e foi atendida por uma moça chamada – adivinhe – Bianca.
Fiz o teste: liguei para o nosso número fixo. Bianca atendeu.
Matamos a charada: o técnico da Tchau havia trocado os cabos de nossa casa com os cabos da casa de Bianca, que fica a cerca de 100 metros. Sem saber, nós estávamos usando o telefone dela e ela, o nosso.
Minutos depois, mais um telefonema procurando pela Bianca. Tive de dar o nosso número para que o sujeito conseguisse achá-la. Surreal.
Faz 48 horas que rolou esse troca-troca involuntário. Espero que a Bianca não esteja usando nosso telefone para falar com parentes na Rússia ou curtindo telessexo.