No início dos anos 90, Seattle era a capital americana do rock. A gravadora Sub Pop fica lá, e o grunge estava no auge.
Mas os shows mais divertidos da região não rolavam em Seattle, mas numa pequena cidade 145 quilômetros ao norte, chamada Bellingham. Em Bellingham ficava a sede da gravadora Estrus e a casa do grupo Monomen.
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O líder do Monomen era Dave Crider, chefão da Estrus e figura mitológica da cena de rock de garagem do noroeste americano. Em meados dos anos 80, ele já tocava em grupos locais e fundou o Monomen em 1987.
O nome “Monomen” é uma homenagem a Jeff “Monoman” Connoly, líder de outra banda importante dessa onda de revival do pré-punk, The Lyres, de Boston (aliás, recomendo o livro “Vinyl Junkies”, de Brett Milano, sobre colecionadores obsessivos de vinil, que tem um capítulo inteiro sobre Jeff Connoly e seu amigo Pat McGrath, dono da gravadora/loja Looney Tunes).
A gravadora de Dave, a Estrus, lançou bandas como Mummies, Man or Astro-Man?, Phantom Surfers, Monkeywrench (projeto paralelo de membros do Mudhoney), Mooney Suzuki, Gas Huffer, Superchargers e uma penca de outras. Só coisa fina.
Amanhã, o Monomen começa uma pequena turnê no Brasil. O grupo toca sábado em Brasília (Porão do Rock) e domingo em Goiânia (infelizmente, o show de São Paulo, que deveria ser hoje, foi cancelado devido ao atraso na chegada dos vistos da banda ao Consulado do Brasil em Buenos Aires, onde o grupo se apresentava).
Dave Crider já esteve no Brasil com duas outras bandas, Watts e The DT’s. De sua casa em Bellingham, me disse, por telefone, que adora o público brasileiro e que sempre se surpreendeu com o gosto dos brasileiros pelo rock de garagem típico da Estrus.
Perguntei a Dave por que a molecada do noroeste americano gosta tanto de bandas de garagem de estilo pré-punk sessentista. “Você precisa lembrar que a banda pioneira do estilo, o Sonics, veio daqui”, disse, antes de citar também Wipers e U-Men como grupos influentes da região.
Difícil imaginar um programa melhor do que ver o Monomen. É uma chance raríssima, já que a banda fez poucos shows nos últimos anos. “Quando achamos que uma turnê pode ser divertida, nos juntamos e tocamos”, diz Dave. Esse é o espírito.
E vejam só as mensagens desses fãs do Monomen no México…
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