Você gosta de Nirvana? E de Soundgarden?
O nome Jason Everman lhe diz alguma coisa?
Pois deveria: Everman foi o músico expulso das duas bandas no intervalo de dois anos.
Em 1989, depois de ser creditado no álbum “Bleach”, em que não tocou (Kurt Cobain pôs seu nome no disco em agradecimento por Everman ter emprestado os 600 dólares para a gravação), ele foi despedido do Nirvana.
No ano seguinte, poucos meses antes de o Soundgarden estourar, ele também foi mandado embora.
Nos dois casos, Jason Everman foi despedido por não se “encaixar” direito na vida de viagens em vans apertadas e noites mal dormidas em pensões vagabundas. Seus companheiros de banda simplesmente se cansaram de vê-lo em silêncio por dias a fio.
Na cena do rock alternativo americano, Jason Everman era considerado uma espécie de “Pete Best”, o baterista que disse “não” aos Beatles. Só que o caso de Everman era pior: ele conseguira ser expulso não apenas de uma, mas de duas bandas de sucesso.
Depois de alguns anos duros, em que passou remoendo as humilhações e vendo seus ex-colegas virarem astros milionários – e um deles, um cadáver ilustre – Jason Everman finalmente achou um lugar onde parecia se encaixar: o exército americano.
Mas Jason não foi um soldado qualquer. Segundo uma reportagem sensacional do jornal “The New York Times”, o ex-grunge foi um verdadeiro herói de guerra, com atuações destacadas no Iraque e no Afeganistão. Leia a matéria completa aqui.
O texto é incrível. O autor, Clay Tarver, conhecia Jason da cena de rock alternativa – Tarver era do Bullet La Volta, uma ótima banda – e descreve não só o fracasso dele no Nirvana e Soundgarden, mas seu longo e doloroso processo de aceitação desse fracasso, além da verdadeira reinvenção pela qual Jason passou até se tornar um “rockstar” de outro tipo, admirado por sua atuação nos campos de batalha.
A história de Jason Everman é uma das mais surpreendentes que li em muito tempo. Daria um filme e tanto. Aliás, aposto que já foi comprada para o cinema.